EFEITOS DA SECA NO SUL DE ANGOLA VÃO SER MONITORADOS POR SATÉLITES

O Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação, através do Gabinete de Gestão do Programa Espacial (GGPEN), lançou hoje, em Ondjiva, Cunene, o Projecto de Quantificação da Problemática da Seca no Sul de Angola.

O projecto que vai fazer o monitoramento da seca com a utilização de dados de satélite, visa demonstrar a implementação de um protótipo do sistema de exploração de dados de satélite para a gestão hídrica e monitoramento da seca.

O  Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, que orientou o acto,  disse que “este é um contributo para o melhoramento das condições sociais e económicas  do país com especialistas nacionais e estrangeiros”. O ministro sublinhou que se trata de um trabalho árduo com o concurso de “massa cinzenta” nacional com especialistas do INAMET, GGPEN, das universidades angolanas e dos ministérios do Ambiente e do ensino Superior na busca de melhores caminhos para compreender cientificamente o problema da seca e as soluções.

O governador do Cunene , Virgílio Tyova, saudou a iniciativa de uso de tecnologia de ponta que vai permitir a contextualização das causas e consequências e programas de mitigação da seca.

De acordo com o governador, a seca afectou seriamente a vida e a economia do Cunene e como medidas para o combate o problema foram reabilitados furos de água e construídas 89 chimpacas para o abeberamento do gado e irrigação de campos agrícolas.

Virgílio Tyova anuncia para esta sexta feira , 15 de Novembro, o lançamento da primeira pedra para a construção de 3 barragens para fazer face às consequências da seca na província.

O Director Geral do GGPEN, Zolana João, disse que o projecto vai utilizar o satélite para medir, quantificar e diagnosticar para melhor gerirmos os activos e recursos afectados pela seca. O projecto enquadra-se na estratégia espacial da República  de Angola.

O Projecto

O lançamento do projecto conta com a presença de renomados investigadores internacionais que apresentam soluções para minimizar os efeitos da seca nas pessoas.

A investigadora principal do projecto é a professora doutora Danielle Wood, que actua como professora no Massachusetts Institute of Technology(MIT) , nos EUA – melhor Universidade de Engenharia do mundo.

A doutora Danielle Wood destacou na sua intervenção, no acto de lançamento do projecto, que a utilização do satélite de observação da terra  permite a previsão  do caudal dos rios, estudo do solo, vegetação e a localização da população afectada pela seca.

Danielle Wood está animada em trabalhar neste grande projecto, liderando um grupo de pesquisa que usa os satélites para resolver problemas complexos na terra, projectando sistemas inovadores que aproveitam a tecnologia espacial para resolver os desafios do desenvolvimento em todo o mundo.

Antes de actuar como docente no MIT, a professora Wood ocupou vários cargos na sede da NASA. Obteve o seu doutoramento em engenharia aeronáutica e aeroespacial no MIT.

De acordo com dados do Programa Emergencial de Combate à Seca no Sul de Angola, actualmente, 1,3 milhões de pessoas estão afectadas pela seca nas províncias do Cunene, Namibe, Huíla e Cuando Cubango.

Com o Projecto de Quantificação da Problemática da Seca pretende-se explorar os dados de satélites para se combater a problemática da seca, determinar a taxa de ocupação do solo; identificar as fontes hídricas superficiais; determinar a densidade populacional; realizar análises do histórico das precipitações das regiões e do índice de vegetação e actuar na prevenção e monitorização das secas.

Depois do lançamento, hoje, na mediateca António Didalelwa em Ondjiva no Cunene, acontece o Workshop com os prelectores, nesta quinta-feira, 14 de Novembro, no Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação (ISUTIC), em Luanda .

Em Ondjiva, o ministro José Carvalho da Rocha, inaugurou 5 pontos  públicos de acesso livre da internet na província do Cunene, no quadro do projecto “Angola Online”.

Com os novos pontos inaugurados no Cunene, o projecto passa a ter 115 praças digitais com um média de 18 mil acessos mensais em todo o país .

Fonte: MTTI

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