Engenharia Química e tecnologia espacial: estudante fala sobre relação entre os dois sectores

O sector espacial é transversal e abrange várias áreas de actuação. Estudante do segundo ano de Engenharia Química, no Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), em Luanda, Glenda Naiala Pedro Machado, está a aprofundar os seus conhecimentos sobre o sector espacial, por meio do curso “Understanding Space”.

A formação aborda conceitos fundamentais sobre órbitas, parâmetros orbitais e dinâmica de satélites, proporcionando uma compreensão mais ampla sobre a estrutura e funcionamento das trajectórias espaciais.

Segundo a também estagiária dos laboratórios especializados do ISPTEC, os conhecimentos adquiridos no curso “Understanding Space” apresentam uma forte relação com a Engenharia Química, especialmente no desenvolvimento de tecnologias para o sector espacial.

De acordo com a estudante, a compreensão sobre propulsão e combustíveis espaciais permite optimizar sistemas de propulsão química e desenvolver combustíveis mais eficientes para missões espaciais. Além disso, os conceitos de transferência de massa e energia são fundamentais para o funcionamento adequado de satélites e espaçonaves.

“O estudo de materiais resistentes a condições extremas também se mostra essencial para o desenvolvimento de revestimentos térmicos e estruturas capazes de suportar as adversidades do espaço”, explicou.

Outro aspecto relevante está relacionado à química atmosférica e ao monitoramento espacial. Satélites em diferentes órbitas são utilizados para analisar a composição química da atmosfera e detectar poluentes, contribuindo significativamente para pesquisas ambientais e climáticas.

“Ao integrar os conhecimentos obtidos no curso ‘Understanding Space’ com a minha formação em Engenharia Química, tenho buscado contribuir para o avanço da exploração espacial. O aprendizado permite uma visão ampla sobre as interações entre a engenharia química e o sector espacial, possibilitando o desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios tecnológicos e científicos”, disse Glenda Machado.

Aprendizado

Um total de 40 profissionais e estudantes angolanos de todo o país estão a participar, desde o dia 10 de Dezembro de 2024, do curso internacional “Construindo capacidade sustentável na força de trabalho espacial angolana: oportunidades e desafios”.

Ministrado pelo autor e sócio da Teaching Science & Technology (TSTI), Dr. Jerry Jon Sellers, o curso é derivado do best seller “Understanding Space: An Introduction to Astronautics” (Compreendendo o Espaço: Uma Introdução à Astronáutica), e tem como objectivo transferir conhecimento sobre o sector espacial.

Durante a sua participação no curso, a jovem tem estudado os Elementos Orbitais Clássicos (COEs), incluindo o argumento do perigeu, o nó ascendente, a excentricidade, a inclinação, a longitude do nó ascendente, o semi-eixo maior e a anomalia verdadeira.

Esses parâmetros são essenciais para determinar a forma, orientação e comportamento de uma órbita. Além disso, tem aprendido sobre a geometria orbital e a sua influência na observação terrestre, considerando factores como o Campo de Alcance (FOR), o Campo de Visão (FOV) e o ângulo de elevação, que afectam directamente o desempenho de satélites em missões espaciais.

Outro aspecto relevante de seu aprendizado diz respeito aos tipos de órbitas, como as órbitas baixas da Terra (LEO) e as órbitas geoestacionárias (GEO), além da influência da inclinação na cobertura orbital.

A dinâmica de lançamento e reentrada também tem sido um ponto de interesse, com foco na influência da velocidade, dos ângulos de reentrada e das forças gravitacionais e de arrasto na trajectória de espaçonaves.

Saiba mais sobre o curso aqui