
Será a nova economia espacial essencial para o avanço tecnológico e económico da humanidade?
A nova economia espacial se refere ao crescimento comercial da exploração do espaço, onde empresas privadas e investidores aumentam de forma exponencial o seu envolvimento em actividades e programas espaciais, complementando o que ontem vinha sendo feito apenas por governos.
Segundo o Fórum Económico Mundial espera-se que a nova economia espacial alcance 1.8 trilhões de dólares até 2035. Significa que o espaço está a alcançar novas fronteiras à medida que satélites, tecnologia de foguetes e lançadores se tornam prevalentes. Nunca a tecnologia espacial ofereceu retorno aos seus investidores como agora, a redução de custos e a acessibilidade a tecnologia podem remodelar indústrias inteiras e ter tanto impacto nos negócios e na sociedade quanto os smartphones ou a computação em nuvem.
Este acesso tecnológico tem permitido que nos últimos 20 anos o preço de lançamentos tenha caído 10 vezes e com isso cresceu a taxa de lançamento de satélites para 50%, mais lançamentos do que nunca. Como consequência o preço de dados essenciais para a conectividade também baixou, uma tendência que deve continuar em diferentes sectores.
Para além de investimentos globais na ordem de bilhões de dólares, outro factor chave para o avanço é a sinergia entre uma estrutura política espacial de apoio, modelos de negócios pioneiros e visionários e o desenvolvimento de uma economia espacial vibrante. Como exemplos de cooperação, temos a NASA com a Space X, o recente acordo segundo o PTSpace, entre a Agência Espacial Portuguesa e a Axiom Space, líder em operações em órbita baixa e microgravidade.
Neste cenário de cooperação, para além de cooperações com o MIT (Massachusetts Institute of Tecnology) que garantiram fundos da NASA para o projecto de Combate à Seca no Sul de Angola, o GGPEN tem tido colaborações com a Agência Espacial Portuguesa, a Agência Espacial Brasileira e outras, em programas de formação e estágio que permitem nivelar o conhecimento visando o desenvolvimento da Indústria Espacial Angolana e Africana.
A Indústria Espacial Africana é emergente e está actualmente avaliada em 22,64 bilhões de dólares, e tem sido um actor significativo na economia espacial global, segundo a Space in Africa, apresentando oportunidades lucrativas para investidores. Em Angola, o GGPEN tem tirado proveito da nova economia espacial com cooperações e criação de serviços de valor agregado para diferentes indústrias como óleo e gás, finanças, mineiro e outras, para resolução de desafios locais. As sinergias com os principais actores de serviços de comunicação tem permitido expansão de sinal de comunicação para acesso a conectividade.
Em suma, o alcance da tecnologia espacial poderá revolucionar a economia global. A cadeia de suprimentos e o transporte se beneficiarão de uma logística mais eficiente e económica, por exemplo, enquanto o sector de alimentos e bebidas terá maior eficiência na entrega de produtos perecíveis na última milha. Sectores como a agricultura, tecnologia da informação, seguros e construção, se beneficiarão de receitas multibilionária, da eficiência de custos e dos benefícios ambientais oferecidos pelas tecnologias viabilizadas pelo espaço.
Bibliografia
https://www.weforum.org/stories/2024/04/space-economy-technology-invest-rocket-opportunity/
https://space-economy.esa.int/documents/b61btvmeaf6Tz2osXPu712bL0dwO3uqdOrFAwNTQ.pdf
https://spaceinafrica.com/2024/10/01/african-space-industry-annual-report-2024-edition/
https://professionalprograms.mit.edu/blog/technology/what-is-new-space-economy/
https://nova.space/in-the-loop/highlights-of-the-2024-space-economy/
https://www.accenture.com/br-pt/insights/aerospace-defense/new-space-economy
https://ptspace.pt/pt/agencia-espacial-portuguesa-e-ani-assinam-mou-com-axiom-space/