MESTRADO NA ÁREA ESPACIAL RESPONDE AOS DESAFIOS DO PAÍS

Os seis técnicos do GGPEN que estão a fazer mestrados na área espacial, no ISAE-SUPAERO (Instituto Superior de Aeronáutica do Espaço), em Toulouse – França, afirmam que as formações enquadram-se naquilo que são os desafios de Angola, já que está a permitir transferência de conhecimento aos quadros angolanos com o objectivo de ultrapassar os desafios inseridos na estratégia espacial nacional, que prevê a formação de quadros do GGPEN ao mais alto nível e, consequentemente, dão resposta ao plano estratégico 2019-2022.

“O mestrado em aplicações e serviços espaciais tem uma vasta aplicabilidade, desde o sector da agricultura, controlo das nossas fronteiras, monitoramento dos mares, entre outros”, fala o engº. Electrotécnico, Massala Nsungani, e diz esperar que depois de formado possa “contribuir com todo o conhecimento adquirido para o desenvolvimento do país”.

A oportunidade para os técnicos é fruto da parceria entre o Estado, por intermédio do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, com a empresa francesa Airbus, parceira nas construções dos satélites ANGOSAT-2 e 3 e a Rússia, no âmbito das compensações do ANGOSAT-1, o que tem colocado os técnicos em contacto directo com professores que trabalham na indústria espacial.

“A maior parte dos professores vêm da indústria espacial. Estamos num instituto que prepara-nos bem como especialistas de serviços e aplicações de satélite e que nos oferece promissoras perspectivas. A universidade também oferece uma variedade de conferências, incluindo com a presença de astronautas europeus”, confirma o engº. de Telecomunicações, Hugo Mateus. Opinião compartilhada com o engº. de Sistemas de Informação, Eldrige de Melo:

“Tenho aprendido muito sobre a gestão de projectos para a indústria aeroespacial. A Universidade ISAE-SUPAREO é uma das melhores do mundo e para mim é um privilégio”.

O Instituto Superior de Aeronáutica do Espaço é uma das universidades mais antigas e prestigiadas do mundo em matéria de ciência e tecnologia do espaço. Tal referência tem sido fundamental para aprendizagem, como diz a engª. Informática, Bevania Martins:

“Como o conhecimento que nos está a ser passado vem de profissionais provenientes da indústria espacial, temos tido oportunidades de implementar aquilo que aprendemos na prática com exercícios nos laboratórios e programação, que torna o curso uma mais-valia”.

Os técnicos estão a ter aulas práticas e teóricas. O mestrado contempla experiência profissional junto dos principais actores da Indústria Espacial Francesa e mundial.

“O curso é intensivo. Temos uma grande carga horária em curto espaço de tempo, mas que, por sua vez, muitas delas são aulas de laboratório com professores que possuem muitos anos de experiência na esfera científica e na indústria com vontade de transmitir a sua experiência. Para a maioria das cadeiras ministradas faz-se o uso de programação usando softwares como Matlab, Omnet++, Python e outros desenvolvidos pela própria universidade ou Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES)”, expõe o engº. de Telecomunicações, Aldair Gonçalves.

Os seis técnicos viajaram em Julho deste ano e permanecerão na Europa até o término da formação. Vale destacar que a formação não terá custos para o Governo angolano, sendo já fruto das compensações russas. Durante a sua estadia na França, os especialistas também terão a oportunidade de fazer o acompanhamento da construção do payload do Angosat-2, bem como também acompanhar as fases de construção do satélite Angosat-3.

“Continuo a ter aulas interessantes e importantes para o nosso futuro com a construção e análise de sistemas espaciais, Análise de Missões Espaciais, Estudo de Procedimentos e Tendências de inovação na área espacial, Pesquisa e Desenvolvimento, Gestão de Projectos Espaciais e análise de mercado, Mecánica Orbital, Espaço Navegabilidade, a Engenharia espacial no suporte das Aplicações e Serviços de Missões Espaciais. Essas actividades são complementadas pela oferta peri-escolar nas áreas de nano satélites, foguetes, exploração interplanetária e aeromodelismo”, aponta o engº. Aeronáutico, Marco Romero.

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