“Adoro vir e fazer apresentações para os estudantes em Angola” – Dra. Danielle Wood (MIT)

Directora do Grupo de Investigação Espacial do Massachusetts Institute of Technology – MIT Media Lab e Professora Assistente no Programa em Artes e Ciências dos Media, a Dra. Danielle Wood já é conhecida pelos estudantes angolanos devido as palestras que vêm ministrando, ao longo dos anos no país, no âmbito do Programa Espacial Nacional.

Na sua última visita a Luanda falou sobre “A importância da tecnologia espacial para a sociedade” para os quase 200 estudantes presentes no auditório do Instituto de Tecnologias de Informação e Comunicação (INSTIC), no passado 26 de Janeiro.

“Adoro vir e fazer apresentações para os estudantes em Angola, eles escutam e no final, quando chega a hora das perguntas, ficam muito animados. São organizados, têm as suas perguntas anotadas e podem dizê-las em português e inglês, às vezes. É maravilhoso”, expressou. Durante a sua exposição, a Dra. Wood, que lidera o grupo de pesquisa para estudos africanos que usam satélites para resolver problemas complexos na terra, exemplificou como os satélites podem auxiliar a sociedade em diferentes áreas.

“Uma das perguntas foi sobre qual é o satélite mais importante usado para medir o que está acontecendo no meio ambiente e, na verdade, é uma pergunta difícil, pois tentei pensar em como os diferentes satélites são especializados e em diferentes tipos de medições, alguns deles medem apenas o gelo, alguns medem apenas o oceano, alguns medem a atmosfera, alguns medem as árvores e, na verdade, conseguimos saber tudo sobre o gelo, o oceano e a atmosfera. Espero que possamos aprender sempre a combinar diferentes tipos de dados para responder a perguntas importantes”, reflectiu.

A professora do MIT, que inclusive já ocupou vários cargos na Agência Espacial Norte-Americana (NASA), aproveitou a oportunidade para motivar os estudantes:

“Primeiro, contei-lhes sobre o meu fracasso, porque eles estavam perguntando sobre como ter sucesso na aprendizagem de física e em áreas muito técnicas. Meu primeiro teste, tirei 36 de 100, é muito ruim. Então eu disse que, depois que aprendi, tive que aprender a estudar melhor, tive que pedir conselhos sobre como estudar, tive que aprender a praticar os problemas de física e matemática. Portanto, o ponto número um é que, dentro da sua escola, o primeiro passo é pedir conselhos aos mais experientes e certificar-se de que você está praticando e passando mais tempo não apenas fazendo a lição de casa, mas também fazendo trabalhos além da lição de casa”, incentivou.

Ensinamentos que pretende continuar a passar aos estudantes angolanos. A Dra. Danielle Wood é a investigadora principal pelos Estados Unidos, no projecto de Apoio a Decisão sobre as Políticas de Combate à Seca no Sul de Angola, desenvolvido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), representado pelo GGPEN e pelo MIT, que inclusive, por intermédio da Dra. Wood, recebeu um suporte financeiro (Grant) de 550 mil dólares da NASA.

“Não quero ser apenas uma pessoa que aparece uma vez e vai embora. Quero mostrar que realmente me importo com vocês. Então, estou feliz em continuar vindo e aprendendo e agradeço ao GGPEN por me convidar”, frisou.