Arquitectura de missão espacial

Dentro da arquitectura de missão espacial são encontrados um conjunto de elementos necessários para a execução de uma missão espacial com sucesso, dentre os quais podemos citar os de maior relevância, como: veículo espacial, veículo lançador, órbitas, infraestruturas de testes, operação e outros.

Dentro desta arquitectura falaremos simplesmente de dois elementos: veículo espacial – que também pode ser designado como Segmento Espacial e infra-estruturas terrestres, que comumente são apresentados como Segmento Terrestre.

É possível afirmar que durante a projecção de uma missão espacial o elemento de maior destaque é o veículo espacial, visto ser ele o meio necessário para o cumprimento da missão.

O veículo espacial ou segmento espacial é nada mais do que o elemento que será colocado no espaço sideral para cumprimento da missão, ou seja, o satélite.

São considerados satélites todos os corpos, de menor massa, que se encontram a orbitar outro corpo de maior massa. Satélites podem ser naturais ou artificiais, porem abordaremos simplesmente os artificiais.

A grande diferença entre os satélites (naturais e artificiais) é que os naturais são corpos (conjunto de mecanismo) feitos pelo homem e colocados no espaço sideral, em órbita com trajectória ao redor de um planeta ou não, com uma determinada tarefa. Eles também são chamados de veículos especiais por serem tripulados pelo homem de forma directa ou remotamente.

Quando tripulados remotamente é necessário infra-estruturas terrestres capazes de garantir a sua operacionalização, sendo neste quesito onde encontram-se os segmentos terrestres.

O segmento terrestre são todas as infraestruturas terrestres concebidas para dar apoio ao segmento espacial no cumprimento da missão. Os segmentos terrestes mais comuns de se encontrar são:

  • Centro de Controlo de Satélite
  • Estação Terrena
  • Centro de Controlo da Missão

O Centro de Controlo de Satélites (do inglês Satellite Control Center – SCC) actua como as instalações principais/primárias de controlo do satélite, onde encontram-se os especialistas operadores e todos equipamentos necessários que iram dar suporte na operação do satélite nas diferentes fases de voo, como recepcionar e analisar os dados de telemetria provenientes do satélite e enviar para o este os comandos de controlo necessários que irão garantir o seu bom funcionamento em órbita. Dependendo da configuração do segmento terrestre é possível encontrar as estações terrenas acopladas ou não ao SCC.

Estação terrena é as instalações dedicadas a garantir um canal (link de rádio) contínuo de comunicação entre o segmento terrestre e espacial (SCC – satélite) de modos a garantir a interface de comunicação entre eles.

As infra-estruturas terrestes, que também podem fazer parte da estação terrena é o Centro de Controlo da Missão, dedicado para a comercialização da carga útil, ou seja, a estação terreste que vai fazer o ponto de contacto de e para os clientes.

Em suma, vale realçar que sistemas de missões espaciais são infra-estruturas das quais dependemos todos os dias, visto que eles ajudam muito nas nossas actividades diárias fornecendo serviços de comunicação, previsão do tempo, navegação e outros, e de igual modo desempenhando tamanha importância para o desenvolvimento de um país.

Autor:

Eng.º Décio Andrade

Mestre em Radiofísica e Electrónica pela Universidade Estatal Técnica de Donbass, Ucrânia.

Especialista do Centro de Controlo e Missão de Satélites.