África do Sul desactiva satélite SumbandilaSat após 12 anos em órbita

O satélite sul-africano conhecido como SumbandilaSat (Pathfinder em Venda) será desactivado na sexta-feira, 10 de Dezembro de 2021.

Lançado em 2009, obteve um total de 1.128 imagens utilizáveis de alta resolução. Os dados de imagem foram aplicados em pesquisas locais e no programa Copernicus. Os dados também contribuíram para a gestão de desastres, como monitoramento de enchentes na Namíbia e campanhas de combate à incêndios no Parque Nacional Kruger. Também registou imagens oportunas do desastre nuclear de Fukushima, bem como do tornado Tuscaloosa, nos EUA.

SumbandilaSat foi lançado de Baikonur, Cazaquistão, em 17 de Setembro de 2009, com monitoramento e apoio por satélite da instalação de Operações Espaciais SANSA, agência espacial sul-africana, em Hartebeesthoek, sob a coordenação da primeira mulher negra sul-africana especialista em controlo de missão.

Contudo, o satélite sul-africano foi lançado logo no início do 24º ciclo solar, quando o sol se tornou mais activo e, portanto, foi exposto a níveis cada vez maiores de radiação espacial adversa. Na quarta-feira, 14 de Setembro de 2011, os dados relativos à função primária do satélite foram recebidos pela última vez, após dois anos de muito sucesso.

Desde então, ele tem perdido altitude gradualmente e provavelmente irá queimar na atmosfera ao retornar à atmosfera da Terra esta sexta-feira.

SumbandilaSat, embora incapacitado por causa dos fenômenos do clima espacial, continuou a fornecer dados de engenharia valiosos durante seus mais de 12 anos em órbita, permitindo que a indústria espacial da África do Sul construísse essa missão bem-sucedida.

A missão SumbandilaSat não apenas restabeleceu a África do Sul como uma nação que viaja pelo espaço com um pequeno demonstrador de tecnologia em órbita, mas também promoveu o desenvolvimento do capital humano. O programa possibilitou a formação de nove novos engenheiros estagiários negros (quatro deles do sexo feminino) e ampliou a experiência de outros 78 engenheiros. Na frente acadêmica, o programa Sumbandila produziu 18 alunos de mestrado e dois de doutorado em engenharia na Universidade Stellenbosch”, explica o site da Agência Espacial Nacional da África do Sul (SANSA).

O investimento em recursos humanos durante a era SumbandilaSat contribuiu para o programa de habilidades e desenvolvimento da indústria da SANSA para futuras missões espaciais.