
NewsSpace Africa: Director do GGPEN fala sobre desafios para o financiamento do sector espacial
O Director Geral do GGPEN, Zolana Rui João, participou esta quarta-feira, 23, do painel “Desbloqueando Capital para a Indústria Espacial em África – Tendências de Investimento e Financiamento de Infraestruturas”, na conferência NewSpace Africa, que decorre no Cairo, Egipto.
O painel teve como objectivo examinar o cenário actual de investimentos, destacando as principais tendências em financiamento do sector privado, capital de risco e parcerias público-privadas.
O painel teve como base o facto de que à medida que a indústria espacial africana continua a expandir-se, o acesso ao financiamento continua a ser uma das barreiras mais significativas ao crescimento.
Embora startups inovadoras e empresas NewSpace estejam a atrair investimentos, garantir financiamento em larga escala para infraestruturas continua a ser um desafio. Da fabricação de satélites de observação da Terra à análise geoespacial e capacidades de lançamento, as empresas africanas estão a provar a sua capacidade de competir globalmente. No entanto, sem financiamento sustentável, o potencial total do setor não pode ser concretizado.
Durante o debate foi abordado, igualmente, as barreiras financeiras a projectos de infraestrutura de grande porte, como constelações de satélites, instalações de lançamento e centros de processamento de dados, explorando mecanismos inovadores de financiamento, como financiamento combinado, empréstimos para investimento e investimento de impacto.
Ao abordar a experiência de Angola na obtenção de apoio político e financeiro para o desenvolvimento de infraestruturas espaciais, como o AngoSat-2, o Centro de Controlo e Missão de Satélites, e, mais recentemente, o ANGEO-1, o Director Geral do GGPEN destacou que investimentos de grande escala no sector espacial só são possíveis com um forte alinhamento com as prioridades nacionais e os objectivos estratégicos de desenvolvimento do país, conforme estabelecido em documentos oficiais de política, como planos nacionais de desenvolvimento, livros brancos de TIC ou estratégias espaciais.
Por isso, as instituições e companhias devem alinhar proactivamente as suas propostas com esses documentos orientadores, demonstrando de forma clara como a infraestrutura ou tecnologia espacial contribuirá para prioridades nacionais como a educação, a saúde, a agricultura, a gestão de desastres ou a conectividade em áreas remotas.