
Importância do ANGOSAT-2 nas Comunicações de Emergência apresentada em workshop do INAMET
De 20 a 21 de Março de 2025, decorreu, na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, um importante workshop organizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET). O evento, que antecede as celebrações do Dia Mundial da Meteorologia, a 23 de Março, abordou temas críticos sobre a gestão de desastres naturais e a utilização de tecnologias de comunicações, como as capacidades do satélite ANGOSAT-2, para garantir a comunicação eficiente em situações de emergência.
Durante o workshop, o engenheiro Silva Malaca, especialista do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, afecto ao Departamento de Apoio ao Director Geral, destacou o papel crucial de satélites como o ANGOSAT-2 em situações de emergência.
O engenheiro explicou que, em situações extremas, as infraestruturas de telecomunicações tradicionais podem ser destruídas, assim sendo, o ANGOSAT-2, um satélite de alto desempenho (HTS – High Throughput Satellite), pode ser utilizado como uma alternativa segura e eficaz para garantir a continuidade da comunicação em qualquer região do País.
“O ANGOSAT-2 tem a capacidade de fornecer serviços de comunicação de emergência em qualquer parte de Angola, na região da SADC e até parte da Europa. Para uma gestão eficiente de emergências, é crucial garantir comunicação constante nas áreas afetadas. O ANGOSAT-2 oferece essa capacidade, permitindo que entidades como a Protecção Civil, Bombeiros e Forças Armadas se mantenham conectadas e coordenadas, melhorando a rapidez e eficácia das respostas”, conforme ressaltado pelo especialista.
Além disso, Silva Malaca enfatizou a importância de criar uma Unidade de Emergência Nacional, composta por diversas partes interessadas, para desenvolver e implementar um framework eficaz para a gestão de desastres no país. A colaboração entre diferentes sectores é vista como essencial para garantir uma resposta coordenada e eficiente em tempos de crise.
O workshop também abordou temas relevantes, como a literacia meteorológica, um ponto crucial para melhorar a compreensão pública sobre o sistema de alertas meteorológicos.
Muitos cidadãos desconhecem a importância e a interpretação correcta dos alertas, o que pode prejudicar a eficácia das respostas em momentos críticos. A melhoria da educação meteorológica foi apontada como uma necessidade urgente para garantir que a população esteja melhor preparada para reagir a alertas de fenômenos extremos.
Outro ponto de destaque foi a análise do impacto das mudanças climáticas nos diferentes sectores sócio-económicos do país. Especialistas discutiram o papel da meteorologia na gestão de desastres naturais, a contribuição da inteligência artificial para a previsão e análise de fenómenos meteorológicos, e o estado actual dos sistemas de alerta prévios em Angola.
A conferência, que teve como tema central “Fechando Juntos a Lacuna do Alerta Prévio”, também abordou técnicas de comunicação de riscos meteorológicos e a utilização de novas tecnologias para melhorar as respostas aos desastres. A necessidade de fortalecer o sistema de alertas prévios no país, combinada com uma maior colaboração entre as diferentes entidades responsáveis pela gestão de crises, foi uma das conclusões chaves do evento.
O ANGOSAT-2 foi reafirmado como uma ferramenta essencial para garantir a comunicação em emergências, destacando-se como uma das principais soluções para assegurar a continuidade de comunicação de forma rápida em zonas afectadas por fenómenos meteorológicos extremos.
O satélite ANGOSAT-2 está plenamente operacional e pronto para ser utilizado em situações de emergência, não só a nível nacional como também regional.
“Esse workshop foi um passo importante para se debater essas questões que têm assolado as populações e começarmos a criar um plano nacional de emergência capaz de garantir respostas rápidas e eficazes em momentos de crise no país”, conclui o especialista.